CADERNOS DE ARTISTA
A Edição do Nordeste
2023, 20min, RN

A Edição do Nordeste
Para se inventar uma região é preciso criar sua cultura, de preferência com ajuda do cinema. Inspirado no livro e peça “A Invenção do Nordeste”, esta é uma reedição de filmes brasileiros essenciais para a fundação do imaginário nordestino.
Ficha técnica
Direção: Pedro Fiuza
Roteiro: Pedro Fiuza
Montagem: Aristeu Araújo
Produção: Mariana Hardi, Pedro Fiuza
Produção Executiva: Mariana Hardi
Som: Luiz Lepchak
Festivais, Mostras e Prêmios
Prêmio da Crítica – Melhor Curta Metragem – 10ª Mostra de Cinema de Gostoso
Melhor Filme, Melhor Trilha Sonora – “Nordeste Ficção”, de Juliana Linhares e Melhor Montagem – 05º Cine Verão – Festival de Cinema da Cidade do Sol
Prêmio Canal Brasil de Curtas – 29º É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários
Melhor Filme Potiguar de 2023 – ACCiRN – Associação de Críticos de Cinema do RN
33º Festival Curta Cinema – Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro
25º Festival do Rio
21ª MFL – Mostra do Filme Livre
18ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto
15º Festival de Cinema de Triunfo
07º Curta Caicó
06° Cine Paraíso
05ª Mostra de Cinema Contemporâneo do Nordeste
04º Sinédoque – Festival Nacional de Documentários Curtos
03º Cine Motriz – Festival de Cinema de Planaltina
01º Festival Cine Santo André

BIOGRAFIA DE ARTISTA

Pedro Fiuza (1986), é diretor, roteirista e produtor, trabalha há 20 anos com cinema. Nascido em Natal, estudou Rádio & TV na UFRN, onde especializou-se em Cinema. Começou como cineclubista, foi diretor e curador de festival de cinema e realizador de projetos de exibição. Já foi conselheiro de leis de incentivo e avaliador de editais. Trabalhou como montador e faz parte do Grupo Carmin de teatro. É sócio-fundador da Casa da Praia Filmes, onde dirige, roteiriza, produz e distribui curtas e longas-metragens de ficção, documentários e videoclipes. É idealizador do Casa da Praia Lab e também atua como consultor para filmes.
Suas 31 obras pela Casa da Praia já circularam por mais de 250 festivais, 47 países e ganharam mais de 180 prêmios.
FILMOGRAFIA
COMO DIRETOR
CURTAS
“A Edição do Nordeste” (2023, 20 min)
“Mundo 1” (2022, 18 min)
“Legítima Defesa” (2021, 03 min)
“Autômata” (2020, 05 min)
“Vai Melhorar” (2020, 17 min)
“Ausência” (2015, 06 min)
“3, 2, 1” (2007, 02 min)
WEBSÉRIES
“E Esse Tal de Carmin?” (2020, 30 min)
“Dalton/Hebe” (2016, 40 min)
“Cena Aberta Formação” (2013, 35 min)
VIDEOCLIPES
“Canto do Mar” (2021, 05 min)
“Amanhã Vai Dar” (2020, 04 min)
“Porcelain” (2017, 04 min)
“Spin” (2010, 04 min)
OUTROS FORMATOS
“A Invenção do Nordeste” (2021, 63 min) (peça teatral online) {diretor de cena}
“Manual de Sobrevivência do Artista Brasileiro” (2021, 40 min) (peça teatral online) {diretor de cena}
“Gente de Classe: Transparentes” (2020, 20 min) (cena teatral online)
“Gente de Classe: Desfocados” (2020, 16 min) (cena teatral online)
COMO PRODUTOR/DISTRIBUIDOR
LONGAS
“Fendas” (2019, 78 min)
CURTAS
“Big Bang” (2022, 14 min) {distribuidor na América Latina}
“Sideral” (2021, 15 min)
“Transetropical” (2021, 05 min)
“Tingo Lingo” (2018, 18 min)
COMO DRAMATURGISTA AUDIOVISUAL NO TEATRO
“Jacy” (2013, 60 min) (Grupo Carmin/RN)
“Por Que Paris?” (2015, 60 min) (Grupo Carmin/RN)
“A Invenção do Nordeste” (2017, 60 min) (Grupo Carmin/RN)
“Bem-Vindos a Espécie Humana” (2019, 50 min) (companhia brasileira de teatro/PR)
VISÃO DO DIRETOR
Esse filme é uma homenagem ao cinema brasileiro e também um manifesto. Durante seis anos realizei esta obra, pesquisando, assistindo várias vezes os mesmos materiais de arquivo para chegar nessa colagem de 28 longas e curtas brasileiros, de 1938 a 1980, que representam não só uma memória da cinematografia nacional, mas um momento importante da história do país, pois foi o cinema, com sua força simbólica e imagética, que ajudou a inventar uma região inteira: o Nordeste. Consolidando assim, muito mais do que uma geografia, mas uma cultura de um povo que ali vive. Um legado muito mais duradouro do que
qualquer fronteira.
No entanto, nem todas as pessoas lêem a cultura do outro de forma positiva. E por mais forte que seja a cultura desta região, nós nordestinos somos muitas vezes tratados como cidadãos de segunda categoria. Assim, a intenção é revisitar a origem desta criação para propor a possibilidade de que tudo que pode ser inventado também pode ser desinventado e novamente reinventado. Talvez deste modo, nós possamos criar um outro imaginário sobre a nossa realidade, ao mesmo tempo em que mostramos como o cinema tem força de transformação social.
Este filme é desdobramento da pesquisa e do livro intitulado “A Invenção do Nordeste e outras artes” do professor e historiador Durval Muniz de Albuquerque Júnior, que começou a levantar este tema ainda nos anos 1990. Em 2017, o Grupo Carmin, no qual participo, montou para o teatro a peça homônima, dirigida por Quitéria Kelly, obtendo enorme sucesso dentro e fora do país, conquistando inclusive o Prêmio Shell de Melhor Dramaturgia, para Henrique Fontes e Pablo Capistrano. Finalmente, em 2018, começamos a transformar em filme, utilizando a filmografia que Muniz cita em sua obra, além de outros títulos, remontando-os de forma a construir uma narrativa não só lógica como provocadora e propositiva. Tenho certeza de que, se o espectador não se conectar com a parte do manifesto, vai se deleitar com as imagens espetaculares desses incríveis e importantes filmes do cinema brasileiro, durante essa jornada visual aberta às interpretações particulares de cada pessoa!
Pedro Fiuza
ENTREVISTAS
SAIBA MAIS
“A Edição do Nordeste”: uma jornada pela identidade e luta de classes
MÍDIA NINJA
‘A Edição do Nordeste’: Curta critica o processo de construção da identidade nordestina a partir da luta de classes
TRILHA SONORA
OBRAS DE REFERÊNCIA
“Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava” (Fernanda Pessoa, 2017)
Este filme tem uma estrutura que serviu de referência para “A Edição do Nordeste”, além de um tom que eu gosto bastante e me inspirou na minha obra. Por fim, é um filme que tem uma temática diferente do meu, mas que comprova como um filme de montagem pode abordar uma idéia semelhante de visão social do nosso país
“Cinema Novo” (Eryk Rocha, 2016)
Este filme tem uma estrutura que serviu de referência para “A Edição do Nordeste”, além de um ritmo de montagem e a utilização de obras em comum.
“Tudo Que é Apertado Rasga” (Fábio Rodrigues Filho, 2019)
Este filme serviu de inspiração para “A Edição do Nordeste”. É filme de montagem, brasileiro, independente e que procura revisitar e reapresentar o país e o cinema nacional sob um novo olhar, contemplando muitas vezes narrativas marginalizadas.
OBRA CONVIDADA
Cidade Sempre Nova, de Jefferson Cabral (2023, 24min, RN)
Uma cidade feita de cinema. Um cinema que imagina a cidade do Natal.
JUSTIFICATIVA
“Cidade Sempre Nova” é um filme de montagem realizado em Natal e sobre os filmes rodados em Natal. Além de ser ser da mesma cidade que nasci e sempre residi, foi um filme realizado enquanto eu estava pesquisando e montando para “A Edição do Nordeste” — eu entendo portanto que são filmes conterrâneos e contemporâneos, e que de certa forma estão dentro do mesmo espírito do tempo. Eu penso que a vontade de captar nossa memória é um dos fios que nos conecta, mas mais interessantes são as nossas diferenças — afinal, que sentido faz fazer filmes iguais? — e onde “A Edição do Nordeste” não alcança, temporal e espacialmente, é onde “Cidade Sempre Nova” mais me toca: é um filme com imagens do cinema natalense das últimas décadas, ou seja, imagens que não foram produzidas (ou preservadas) para servir de filmografia base para o livro “A Invenção do Nordeste”, de Durval Muniz de Albuquerque Jr. e consequentemente para o meu curta. Além disso, Durval Muniz faz uma aparição no filme conectando as duas obras, quando ele fala sobre a cidade a partir do seu olhar.
E nas palavras do diretor Jefferson Cabral:
“Cidade Sempre Nova é um filme de arquivo feito com imagens do cinema independente produzido em Natal (RN). A intenção é investigar como uma cidade é criada pelo seu cinema; entendendo também como as imaginações dos cineastas retroalimentam uma “ideia de cidade” por meio de suas locações, narrativas e personagens. Neste curta a ideia de uma cidade sem passado é algo que permeia a identidade dos habitantes de Natal, assim como do seu cinema emergente, que inscreve a cidade com imagens do presente.
Este filme integra o projeto www.natalcinemacidade.com.br
