CADERNOS DE ARTISTA
FUGA
2024, 15min, RJ


FUGA
Então, estamos aqui no tempo, aqui na singularidade, onde dois corpos habitam um entrelugar marcado pela dilatação do tempo. Inspirado pelo pensamento negro radical, FUGA é um experimento sobre o movimento errático da fuga e sua impossibilidade.
Ficha técnica
Direção: viníciux da silva e Raphael Medeiros
Produção: Marina Meliande e Felipe M. Bragança
Direção de fotografia: Tiago Rios
Direção de arte: viníciux da silva e Raphael Medeiros
Som: Tomaz Griva Viterbo
Montagem: Raphael Medeiros
Elenco: Welket Bungué
Roteiro: viníciux da silva e Raphael Medeiros
Festivais, Mostras e Prêmios
Mostra de Tiradentes
BIOGRAFIA DE ARTISTA

Coordenador geral do Laboratório de Estudos Anticoloniais (LEAC), viníciux da silva (2000) atua na intersecção entre pesquisa, formação política e criação e experimentação artística. Em 2021, foi finalista do Prêmio Jabuti e vencedor do concurso de ensaísmo da revista serrote. Escreveu e dirigiu “I Wanna Find a Place” (2023) e “FUGA” (2024).
Vídeo apresentação de viníciux da silva para a Galeria Refresco
FILMOGRAFIA
ATRAVESSANDO PORTAIS 0.1 (pós-produção, 2025), com Frekwéncia e Lohana Montelo
FUGA (2024, 15 min), com Raphael Medeiros
I Wanna Find A Place (2022, 15 min), com Ellie Fernandes, lucas lins e Sofia Rodrigues
VÍDEO APRESENTAÇÃO
Vídeo apresentação de viníciux da silva para a Galeria Refresco.
BIOGRAFIA DE ARTISTA

Raphael Medeiros, 1988. São Gonçalo–RJ. Em 2024 realizou uma exposição individual no Centro Cultural Correios. Em 2023 entregou sua primeira individual na galeria Nonada e foi selecionado para Abre Alas da galeria A Gentil Carioca. Seu filme “Cadeia Alimentar” foi licenciado pelo Canal Brasil e vencedor do SPFF – São Paulo Film Festival em 2019. Além de ser menção honrosa no Circuito Penedo de Cinema em Alagoas. Em 2016 dirigiu os filmes de campanha de Marielle Franco.
FILMOGRAFIA
“ETERNAS” 2024 — série documentário (ainda em pós)
Direção de fotografia
“FUGA” 2024 — curta metragem
Direção, roteiro e montagem
“Pavilhão Maxwell Alexandre” 2023 — documentários
Direção, roteiro e fotografia
“A Gentil Carioca” 2023 — vídeos exposições
Direção, roteiro e fotografia
“Brasil Visual 2 temporada” 2023 — série tv
Direção de Fotografia
Em exibição no canal Curta!
“apagamento” 2022 — videoarte
Direção e Fotografia
“esgotado” 2022 — videoarte
Direção e Fotografia
“centrífuga” 2023 — videoarte
Direção e Fotografia
“abertura” 2023 — videoarte
Direção e Fotografia
“PAOCA” 2023 — curta metragem
Direção, fotografia e montagem
“Cadeia Alimentar” 2019 — Curta Metragem
Direção, roteiro e montagem
“Campeonato do Brasileiro” CBF, 2019 — Comercial
Direção, roteiro e dir fotografia
“ALVO” Daniel Shadow feat MV Bill, 2018 — Videoclipe
Direção, roteiro, fotografia e montagem
“Made in Madureira” Ramonzin, 2018 — Videoclipe
Direção, Direção de Fotografia e montagem
“Impávido” Dughettu, 2018 — Videoclipe
Direção e roteiro
“Convicção” Fresno, 2018 — Videoclipe
Direção de Fotografia
“Doc Rafael Braga” – VICE, 2018 — Documentário
Direção de Fotografia
“Entre a pedra e o ar”- Canal OFF, 2018 — TV Show
Direção de Fotografia
“Rock in Rio” ITAÚ, 2017 — Comercial
Direção e Direção de Fotografia
“Louco pra voltar” Filipe RET, 2017 — Videoclipe
“Campanha Marielle Franco” 2016 — Filme
roteiro, direção, fotografia e montagem
“A Fundo” 2015 — Filme
roteiro, direção, fotografia e montagem
MEMORIAL DESCRITIVO
Daqui, desenhamos o mapa do lugar: “o fugitivo é aquele que não se localiza na paisagem ao mesmo tempo em que ele a compõe. O fugitivo não está apagado, é bem diferente disso, pois ele está não localizável pelo olho do Mundo”. Como, então, tornar-se ingovernável porque sabemos que precisamos escapar desse labirinto colonial sem a mediação das instituições? Fugitividade é “criar as condições para outros modos de vida.” Originando-se do programa performativo FUGA INTERROMPIDA, o curtametragem FUGA é o resultado do nosso encontro. É o diálogo entre duas perspectivas da mesma fuga e do mesmo movimento de Dissipação. Esse movimento, que reconhecemos fugitivo, é a crítica institucional, a estratégia de sobrevivência, a construção contínua de uma socialidade que excede as barreiras do cativeiro e das forças opressoras. Inspirado pelo pensamento negro radical, FUGA é um experimento sobre o movimento errático da fuga e sua impossibilidade que produz um jogo de imagensentre dois corpos que habitam suas aberturas, existindo somente em e para além da própria fuga.
Nesse sentido, em diálogo direto com as nossas referências — Fred Moten, Tina Campt, Beatriz Nascimento, Christina Sharpe, entre outras —, FUGA aposta na “transformação da precariedade em formas criativas de afirmação, reorientando a vulnerabilidade e tornando-a (re)generativa”. Ficamos com a questão: como imaginar a fuga sem reforçar a violência ética e material que, muitas vezes, condiciona-a? Pensando nisso, FUGA é o resultado dessa reflexão, a tentativa de tomar de volta a possibilidade de uma nova história social da recusa, uma que tem como paradigma a alegria e a liberdade.
PUBLICAÇÕES SOBRE A OBRA
“viníciux da silva e Raphael Medeiros entrelaçam signos de suas pesquisas pessoais costurando um díptico lme-tela na forma de um oráculo-portal onde a pulsão da recusa e do desvio se lançam em um território suspenso que vai da concretude dos corpos (em movimento) às fantasmagorias de suas sombras e rastros, criando um não-lugar que está além de qualquer mapa da cidade. Uma reexão cinética sobre a abertura, a brecha e os gestos que enunciam a recusa ao cativeiro dos signos… mas que não se sintetizam nela.”
por Felipe M. Bragança e Marina Meliande
Imagens para reimaginar o cinema
por Camila Vieira, Leonardo Amaral, Lorenna Rocha, Mariana Queen Nwabasili e Rubens Fabricio Anzolin
“Fuga, de viníciux da silva e Raphael Medeiros (Rio de Janeiro), enuncia a
impossibilidade de ser estático. Corpo, matéria, artifício: tudo opera na
mudança.”
Panorama dos curadores da 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes
Arquivo: Fuga interrompida
“A voz — na verdade, as vozes do ato performático cortejam o fim do mundo como o conhecemos — nas palavras de da silva, o abismo do mundo colonial: ‘vocês conseguem ouvir?/ O som das minhas profecias,/ vocês conseguem ouvir?’, repetem.”
Arquivo da Revista Tilápia-azul sobre a fala-performance Fuga interrompida

OBRAS DE REFERÊNCIA
Suspenso (2022), de Raphael Medeiros
Justificativa:
“Escola de Artes Visuais, 2022. ‘Suspenso’ é o começo de tudo. Dali, a reflexão sobre dissipação, temporalidade… tudo isso ganha forma em torno da experimentação que veio a ser o FUGA.”
Soot Breath / Corpus Infinitum (2020), de Arjuna Neuman e Denise Ferreira da Silva
Justificativa:
“Soot Breath/Corpus Infinitum é um filme dedicado à ternura. Ele reproduz a sensibilidade radical que aprendemos ao ouvir o blues, ao ouvir a pele, o calor, os ecos, ao ouvir-nos a nós próprios, deixando-nos a pergunta: pode a ternura dissolver a violência total? Podem as lágrimas afastar a extração total?”
