A DIVERSIDADE QUE EMERGE DOS ENCONTROS
Fevereiro de 2025.
A realização da 15ª edição do Cine Esquema Novo – Arte Audiovisual Brasileira (CEN) em Porto Alegre é um convite à celebração dos encontros. Um acontecimento como o CEN proporciona diversos desses momentos de confluência. O dos filmes com a sala de cinema e espaços expositivos; o de artistas com o público e também com outros artistas, o do público com os espaços culturais da cidade e o de uma cidade com a efervescência e vitalidade que todos esses pequenos e grandes encontros geram. Cabe aqui relembrar que, há menos de um ano, boa parte de Porto Alegre e seus espaços estavam debaixo d’água devido à maior enchente da história do Rio Grande do Sul. O que torna esses momentos de fruição coletiva da arte audiovisual ainda mais carregados de significado.
Ao se debruçar sobre o corpo de obras que compõem a Mostra Competitiva Brasil desta edição, percebe-se que há uma intenção e também uma necessidade, de expandir as conexões entre artistas e público com um Brasil diverso, complexo e contemporâneo. E é nessa busca que, novamente, o Cine Esquema Novo – Arte Audiovisual Brasileira cumpre o papel a que se propõe a cada edição: exercer uma liberdade curatorial capaz de apresentar um recorte de obras que dialogam de maneira muito particular com as artes visuais e o cinema e que, de um modo pessoal, sem concessões, abordam temas que invariavelmente nos levam à reflexão.
Essa liberdade se expressa na diversidade de vozes e nas temáticas através das quais são apresentadas visões sobre a natureza, as mudanças no tecido urbano e suas implicações na sociedade, as pautas identitárias, as novas e velhas famílias, questões presentes no mundo. São proposições aparentemente simples que, quando conduzidas pela atenção peculiar de cada um dos artistas, nos lançam ao desconhecido, ao mesmo tempo nos acolhem, arrebatam e evidenciam o quão singular pode ser um cotidiano.
Partindo dos mais diversos formatos de produção e de exibição, refletidos na película, na apropriação de imagens, no cinema expandido, nas videoinstalações e na sala de cinema, as proposições atravessam lugares, desejos, solidões, sutilezas, gritos e silêncios, assimilam e dissolvem estruturas estabelecidas, marcando um conjunto de autores que têm na imagem, na relação destas com espaços e seus públicos, a sua força, mantendo o diálogo com o seu próprio tempo.
A grande celebração pretendida se realiza a partir da relação imaginada das 49 obras (todas realizadas entre 2022 e 2025) que integram essa Mostra, entre si e com o público, com os artistas, com a equipe do festival e com as outras mostras e atividades que compõem a programação. E essa celebração se eternizará a partir de reflexões, trocas, debates, conjunções, colaborações e tudo o que mais possa nascer desta confluência.
Convidamos a todos que se sentirem instigados, a participar desse encontro. Que esta edição seja novamente terreno fértil para o desenvolvimento da arte audiovisual brasileira.
Dirnei Prates, Kamyla Belli, Jaqueline Beltrame, Ramiro Azevedo – Curadores Mostra Competitiva Brasil
Confira a seguir os Cadernos de Artista:
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Gianluca Cozza
2024
21 min
RS

Jonathas de Andrade
2023
10min
Portugal

CATAPRETA
2024
5min
MG

Julia Menna Barreto
2022
18 min
Brasil/França

André Severo
2025
00:60:00
RS

Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes
2024
14min
Portugal

Filipe Barbosa
2023
14 min
SP

Viníciux da Silva, Raphael Medeiros
2024
15 min
RJ

Jonathas de Andrade
2024
14min
França

Jonas Van & Juno B
2022
00:14:58
CE/SP

Lia Leticia
2024
8 min
PE

Renata de Lélis
2022
12min
RS