CADERNOS DE ARTISTA
12 minutos de Crepúsculo Para Orientar a Navegação
2022, 06min, RS


12 minutos de Crepúsculo Para Orientar a Navegação
A luz e a temperatura são controláveis, os desejos não. A certeza é a necessidade de manutenção do corpo, e é comprovado que o sono de boa qualidade é fator decisivo para melhor desenvolvimento físico e emocional. Há uma linha de pensamento que afirma que relaxar é uma capacidade revolucionária.
Ficha técnica
Direção: Amanda Copstein
Produção:Vento Leste
Produção Executiva: Richard Tavares e Amanda Copstein
Direção de Fotografia: Cris Aldreyn
Direção de Arte: Amanda Copstein e Pedro Ponciano
Som: Tomaz Borges
Montagem / Edição:Cris Aldreyn
Roteiro: Amanda Copstein
Animação: Amanda Copstein
Elenco: – Fran Bergallo – Pierre Pierre Pierre – Amanda Copstein – Sonja Marlis – Leonardo Gaipa – Anton Yanguas – Panagiota Bafaunia – Ines Guerra – Tabea Sandmann
Personagens Reais Principais (que interpretam elus mesmes) – Fran Bergallo – Pierre Pierre Pierre – Amanda Copstein – Sonja Marlis – Leonardo Gaipa – Anton Yanguas – Panagiota Bafaunia – Ines Guerra – Tabea Sandmann
Festivais, Mostras e Prêmios
22 Goiânia Mostra Curtas
Mostra de Cinema Livre de Uberlândia
1º Festival de Cinema Feminino Pode Ponto Cine

BIOGRAFIA DE ARTISTA

Amanda Copstein (Brasil, 1989) é artista e pesquisadora. Pensa o cotidiano através de uma poética relacionada a gritos silenciosos a partir de um processo guiado por percepções pessoais do banal. O resultado formal de seus projetos são filmes, instalações e publicações impressas. Seu projeto mais recente é “12 minutos de crepúsculo para orientar a navegação”, filme realizado no Porto e atualmente em fase de distribuição. Sua estreia brasileira está prevista para outubro de 2023 na mostra competitiva nacional do Festival Goiânia Mostra Curtas. Vive em Portugal desde 2017, nesse período concluiu o Mestrado em Arte e Design para o Espaço Público na FBAUP (2019). Se destaca a exposição individual “Pise com Cuidado” na Livraria Térmita (2021), seleção pelo Prêmio de Fotolivros do Encontros da Imagem em Braga (2020) pela publicação “Ulisses Who?”, instalação de obras na Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia e a realização de oficinas em colaboração com o Museu da Cidade (2021-22). Em 2020, esteve em Atenas a colaborar com o colectivo de performance “Medea Electronique”, onde desenvolveu projeto de radiodifusão artística em tempos de pandemia. Ainda no Brasil, trabalhou como fotógrafa still e como diretora de arte em produções cinematográficas. Atuou como uma das realizadoras em “5 maneiras de fechar os olhos”, primeiro longa-metragem universitário brasileiro (2011), e sua curta-metragem “Quando a Casa Cresce e Cria Limo” (2010) foi exibida em diferentes festivais brasileiros. Em 2014, sua primeira exposição individual “Eu Como Argumento e Como Assunto”, realizada na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre, foi selecionada para o 3° Prêmio IEAVi – Incentivo à Produção de Artes Visuais do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. É licenciada em artes visuais pela UFRGS (Porto Alegre, 2014), tem formação em Arte Contemporânea na EAV Parque Lage (Rio de Janeiro, 2015) e é tecnóloga em Audiovisual pela PUCRS (Porto Alegre, 2011). Desde 2024 é integrante da Oficina o homem do saco, coletivo português de impressores e editores baseado em Lisboa, na qual mantém sua prática profissional como ilustradora, designer gráfica e serígrafa.
FILMOGRAFIA
Quando a casa cresce e cria limo (2010, 8min10)
5 maneiras de fechar os olhos (2013, 1hora17min),
12 minutos de crepúsculo para orientar a navegação (6min30)
VISÃO DA DIRETORA
12 minutos e crepúsculo para orientar a navegação é resultado da minha experiência pessoal como imigrante em Portugal. As ações que desenvolvo no filme, assim como os textos presentes, são parte da pesquisa poética que iniciei no mestrado na cidade do Porto. Estes até então eram apenas projetos, realizar o filme me permitiu os pôr em prática através da gravação das ações que o compõem. Em 2022 estive em situação de não ter onde viver, precisei deixar abruptamente a casa onde habitava e com sorte fui abrigada por amigos. Após o susto passar, resolvi aproveitar a oportunidade de não precisar sustentar uma casa e saí em viagem. Durante um mês viajei entre Portugal, Espanha, França e Alemanha. Nesse percurso visitei pessoas queridas e colaborei/estive com um coletivo de artistas em um festival de teatro de rua em Aurillac, interior da França. Foi lá que percebi que muitas ideias desenvolvidas durante o mestrado poderiam ser corporificadas e que isso seria feito através do cinema. Desse modo, reuni uma lista de construções visuais que tinha vontade de realizar e os aliei escritos em meu diários, alguns da viagem que realizara e outros anteriores, assim o filme foi construído.
Os textos que dividem as partes do filme compõem obras que realizei durante o processo do mestrado, nesse período buscava perceber os limites entre imposição e opressão no espaço público através da presença de monumentos. De modo que pensar a cidade e presenciar a crise de habitação de Portugal enquanto tentava estabelecer uma nova vida foi fundamental para o processo. A contradição de não haver casas acessíveis financeiramente para habitar enquanto constantemente são construídas e reabilitadas moradias nos centros da cidades foi o que me levou a questionar o sistema imobiliário e como este é voltado para o turismo no país. Foi nesse momento que entendi que o que produzo, além de proposição, é reação.
Com a vontade de realizar o filme passei a partilhar ideias com amigos, os quais amorosamente decidiram me apoiar para que o projeto acontecesse. Juntos pensamos na trilha sonora, na montagem, na composição dos quadros, no design gráfico, na animação, enfim, em tudo. Partilho com vocês nesse espaço de “caderno” imagens de estudos e obras que realizei nesta época e que foram fundamentais para construção do filme. Obrigada pela abertura e atenção.
Amanda Copstein
PORTFÓLIO
ESTUDOS
Página do processo de pesquisa no programa de mestrado na universidade do Porto (clique na imagem para acessar ao conteúdo)
OBRAS DE REFERÊNCIA
Nightfall, Bas Jan Ader, 1971. Filme
A obra de Bas Jan Ader é marcada por grande sensibilidade, nela o artista se coloca sempre em cena e se condiciona a situações corporais limites, como entrar em um córrego de água com uma bicicleta , cair de um telhado, chorar em frente à câmera. Cenas que antes da massificação das imagens não eram em nada recorrentes. O artista levou isto ao limite ao gravar sua entrada no mar com um barco, do qual ele nunca retornou. A referência de vídeo que trago em particular se dá por sua presença corporal em cena, quase estático, no escuro, ele se coloca diante à câmera e ao se esforçar para erguer uma rocha é como pudéssemos ver toda sua vulnerabilidade em ocupar um espaço, seja o do armazém em que aparece estar ou o da tela.
IMAGENS DO ARTISTA
“Walden, Jonas Mekas, 1969. Filme
Os filme diários de Jonas Mekas, o emprego do texto, a leveza das imagens. As palavras estáticas na vida em movimento, tudo vibra, tudo ali nos faz sentir.
Aberto por todos os lados, cortado por todos
Observar a performance/dança/coreografia/instalação do artista Gustavo Ciríaco pela primeira vez foi como ingressar em um novo mundo. Foi ali que comecei a pensar que o audiovisual poderia abraçar e incorporar muito mais do que imaginava. Desde o movimento dos corpos, até a presença dos objetos. É uma obra que me leva a pensar em compor não apenas narrativas, mas composições espaciais, visualidades e conexões.




